sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Do S. Valentim

É dia dos namorados! Contava com, pelo menos, uns coraçõezinhos cor de rosa, uns confetes, uma musicazinha à Nicholas Sparks e uma luz ambiente... Mas na-da! A mesma luz forte de acordar cegos e atrair milhões de insectos para  a morte, o mesmo vermelho vómito dos assentos com apontamentos de amarelo nas pegas e nos varões, nada de música, ou confetes ou sequer almas gémeas aos achegos e amassos pela carruagem afora (eu sei, fartei-me de espreitar). Sinceramente, fiquei um bocado desiludida. Afinal de contas, há coisa mais romântica do que andar de comboio? Elas ficam à espera... todos os anos! À espera daquela viagem arrebatadora sobre carris com que sonham desde pequeninas. E todos os anos saem desiludidas com jantares, flores, bombons e diamantes.

Se alguma tem a sorte de ir dar um passeio, nunca é de comboio! Nestas coisas do amor em meios de transportes o comboio sempre foi muito discriminado... E não há razões para isso! É certo que os gajos da CP não ajudam nada na decoração... mas sempre é mais espaçoso do que um táxi, ou um carro, ou uma limusine. E tudo bem que não tem a mítica casa-de-banho dos aviões que toda a gente quer experimentar, mas tem duas cabines género cockpit e uma está sempre vazia, pronta a ser utilizada pelos mais selvagens dos amantes!! Ainda vão a tempo, que isto do dia de S. Valentim é como o Natal - quando um homem quiser. Não tem nada que saber, a desocupada é sempre a da traseira. Mas se tiverem dúvidas e me virem pelo comboio podem vir ter comigo que eu explico. Sempre fui uma santa padroeira dos casais apaixonaditos.

Catarina Vilas Boas

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